Panorama

Imagens de satélite mostram impacto das enchentes na região

Levantamento do MapBiomas mostra que São José do Norte teve 28% do território atingido, seguido de Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e Pelotas

Imagem: MapBiomas - reprodução - Imagens de satélite mostram o impacto da enchente na região

O Município de São José do Norte foi o mais atingido pela enchente de maio na Zona Sul, com 28% da área afetada pela água. Em seguida vêm Rio Grande, com 21,6%, Santa Vitória do Palmar, com 18,1%, Pelotas, com 5,9% e São Lourenço do Sul, com 4,8% do território atingido. Os dados são de um levantamento preliminar divulgado pela plataforma MapBiomas na última semana.

A nota técnica elaborada pela entidade explica que foram analisadas as consequências das chuvas de abril e maio em deslizamentos de terra, enxurradas, inundações e alagamentos em todo o Rio Grande do Sul. O mapeamento foi feito utilizando dados geoespaciais, através do processamento e análise de imagens de satélites de antes e depois das chuvas. Segundo o levantamento, 5,6% de todo o território gaúcho foi afetado pelo fenômeno climático.

Os dados revelam que os municípios mais atingidos proporcionalmente pela água foram os da região metropolitana de Porto Alegre, com Nova Santa Rita tendo 52,6% da área atingida, seguida por Esteio (50,1%), Charqueadas (49%), Canoas (49%) e Eldorado do Sul (38,1%).

Os municípios que tiveram as maiores áreas atingidas, em volume, foram Santa Vitória do Palmar, na região sul, com 93 mil hectares afetados, Cachoeira do Sul, que teve 78 mil hectares atingidos, e Rio Grande, que teve 58 mil hectares atingidos. Esses valores, no entanto, representam apenas 18,1%, 21% e 21,6% dos territórios dos municípios, respectivamente.

Imagem de satélite mostra que banhado à margem do São Gonçalo absorveu grande parte da água

As imagens também permitem que se veja a importância das áreas de banhado na proteção das cidades. No caso de Pelotas, é possível ver com clareza a importância que o banhado na margem oposta do Canal São Gonçalo, no território de Rio Grande, teve para absorver a água que poderia atingir a parte urbanizada de Pelotas.

O levantamento utilizou dados dos satélites Sentinel 1 e 2, do programa Copernicus, da Agência Espacial Europeia, e da constelação de satélites Planet, composta por centenas de satélites.


Análise
Eliseu Weber, engenheiro agrônomo, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e especialista da equipe Pampa do MapBiomas, explica que o levantamento leva em conta dados até 16 de maio, o que dificulta um mapeamento mais preciso, e ainda há uma dificuldade de se coletar ados de satélites com sensores ópticos, que não conseguem “ver” através das nuvens.

“O radar consegue atravessar a nuvem e captar o que está aqui embaixo, em especial a lâmina d’água, que era uma das coisas que estávamos querendo analisar”, diz o professor, detalhando que foi criado um mosaico das diferentes fontes cobrindo todo o Estado. Segundo Weber, a equipe deve começar a analisar dados da segunda quinzena de maio para um novo mapeamento. “Vai levar um tempo para ter o levantamento fino.”

No mapeamento feito por satélite, algumas áreas de Pelotas, por exemplo, que foram alagadas, não aparecem. Por isso, o percentual de área que efetivamente foi alagado é superior ao apontado nessa divulgação preliminar. Para se ter resultados mais precisos, equipes de pesquisadores estão validando as informações com observações in loco, o que vai permitir estipular uma margem de erro para os dados levantados. “Na Zona Sul a gente tem que usar com parcimônia nas áreas urbanas. Agora, se olhar, em muitos lugares dá pra ver que tem pontinhos nas áreas urbanas denunciando até onde a mancha foi”, diz Weber. ​​​​

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